O problema Português dos dias de hoje prende-se,
em grande parte, com a falta de expectativas de futuro. No referente ao estado
social, ao emprego e a um futuro sustentado demograficamente.
É necessário um estado social, mas sustentável.
É necessário trabalho, que deve ser bem dividido de forma a
impedir níveis anormais do desemprego e a emigração dos jovens.
São necessárias condições de vida que potêncializem a
ocorrência de mais nascimentos e a renovação de gerações.
A verdade é que fomos iludidos e continuamos iludidos com os
níveis de vida que atingimos nos últimos 15 anos. Criamos uma expectativa tal, que mina todas as tentativas de correção e ajuste necessárias. A ideia
que vivemos uma crise (a ultrapassar) e não um período de ajuste (em baixa) terá de ser invertida. E eliminar o pressuposto que aí virá crescimento e que os bons velhos tempos - em que viviamos de empréstimos exteriores - poderão voltar,
ultrapassado este (hipotético) momento menos bom.
Nada disso se vai passar.
Vamos cair bem baixo e voltar a níveis dos anos oitenta, sem apelo nem agravo. E isto porque temos que ajustar para os níveis sustentados pelo que produzimos e cair ainda mais um pouco para podermos pagar os tais anos de ilusionismo que vivemos.
Vamos cair bem baixo e voltar a níveis dos anos oitenta, sem apelo nem agravo. E isto porque temos que ajustar para os níveis sustentados pelo que produzimos e cair ainda mais um pouco para podermos pagar os tais anos de ilusionismo que vivemos.
A ideia que os menos ricos não usufruiram desses anos de “vacas
gordas” é uma ideia errada. Fez-se muita obra utilizada por todos. O Estado Social
oferecido por Guterres e Sócrates (e outros que por lá passaram de raspão)
custou dinheiro (défices orçamentais), que foi emprestado por alguém que, agora, pede de volta. Nos últimos anos, Sócrates gastava mais 20% (10% do PIB) do que conseguia receber dos impostos e
taxas cobrados. Ou seja, oferecia ali para “alguém” pagar depois.
E isto é facil de entender...
Este governo está a tentar retirar o País do buraco assim
criado. E, reconheçamos, está a tentar e a falhar, numa parte substancial. E a errar também.
Mas é a diferença entre ser responsavel por uma situação e ser
incompetente para resolve-la. É a diferença entre o ladrão e polícia que não o
consegue apanhar...
Um é responsável, o outro (apenas) incompetente.
Resta a questão: será que o problema é tão grave que não há
solução para o mesmo? Talvez... E aí, deixará de ser uma situação de incompetência, passando-se a uma situação de impotência...
Neste momento ataca-se a troika. Ora, a troika é a única
entidade que ainda nos vai emprestando o dinheiro que não temos (para pagar o
serviço dos empréstimos anteriores e ainda o défice que mantemos) impondo, para
isso, algumas condições (duras). Nada mais natural, como faria qualquer um de
nós para emprestar dinheiro a outrém.
O problema é que à esquerda, as soluções são mais do mesmo.
À direita, nada...
A hipotética direita que os resta está no Governo a (tentar) cumprir um
memorando socialista, tentando resolver um problema socialista. E esgota-se
nisso. É a formiga que nem terá tempo para repor os gastos da cigarra anterior. E a
cigarra seguinte, desta vez, chegará ao inverno sem as provisões amealhadas pela
formiga. Que não teve tempo para isso. Ou seja, será o fim.
Pelo que o ideal seria que este Governo mantivesse as suas
políticas de rigor e ajustamento (é que não há alternativa) mas que tomasse em consideração as situações
relevantes na área do emprego e do trabalho onde está a seguir uma direção inversa à necessária.
E que, para
isso, tomasse as medidas certas respeitantes à dívida e ao défice.